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Ipumirinense é juíza do TJ no Rio de Janeiro

Magistrada fala sobre dedicação pessoal e a necessidade de investimento em políticas públicas mais igualitárias e oportunidades

Ipumirinense é juíza  do TJ no Rio de Janeiro

A história profissional de muitas pessoas inicia cedo. A base escolar pode ser uma ideia para o futuro. Pessoas que descobrem ou decidem desde cedo a profissão, aumentam significativamente a chance de ser promissor. Isso porque, existe uma programação e um preparo, com foco nesse objetivo.
Monalisa Artifon nasceu e cresceu em Ipumirim, estudou em escola pública. Pensava em fazer faculdade e seguir uma carreira. “Infelizmente, o ensino público no Brasil, sobretudo na idade escolar, tem inúmeras deficiências. Assim, para suprir as mazelas, com muito esforço dos meus pais, realizei um cursinho pré-vestibular em Chapecó por dois anos. Ao final desse período, decidi prestar vestibular para o curso de Direito e obtive aprovação em duas universidades federais, a UFSC e a UFRGS”, conta Monalisa, que optou pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e se formou em 2019.
Cursando faculdade de Direito, a Ipumirinense entendeu que queria crescer ainda mais na carreira e no sétimo semestre, já almejava o sonho de se tornar juíza. Sonho esse despertado durante estágio realizado em Porto Alegre, com uma juiza. “Comecei a me dedicar com afinco aos estudos para concurso no início de 2021. Ao todo, fiz nove concursos para a magistratura. Logrei aprovação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e fui aprovada para a fase oral do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, que ainda não aconteceu. A caminhada até aqui não foi fácil, mas hoje tenho a certeza de que todo o esforço valeu a pena”.
Aos 29 anos, aprovada no XLIX Concurso de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, Monalisa se sente realizada. Porém, a magistrada mantém o propósito de continuar se especializando para aprimorar seu conhecimento e encarar novos desafios. “A aprovação no concurso foi um dos marcos mais significativos da minha vida profissional. Este êxito é resultado de anos de dedicação, fé e resiliência”. Orgulho para os pais Dorvalino e Ivani, já idosos, que mesmo distantes da filha, se sentem realizados por ela estar trilhando seu caminho com maestria.
A trajetória da juíza Monalisa Renata Artifon, serve de inspiração para muitos. Indiferente de condição social, de localidade onde reside, ou, de uma série de fatores. Existem percalços, mas existe a superação. Assim como a história de Monalisa, Ipumirim é berço de outros grandes profissionais reconhecidos no Brasil e fora dele. Comprovando que a conquista é em partes, consequência da dedicação e persistência pessoal. Mas que, segundo a Magistrada Monalisa, poderia ser mais acessível se as políticas públicas fossem mais justas. “Este momento de conquista pessoal, reforça a necessidade de que mais pessoas tenham acesso a oportunidades. Para isso, é de suma importância o investimento em políticas públicas que ofereçam igualdade de condições a todos. A realização de um sonho vai muito além da dedicação individual. Exige, também, a oferta de oportunidades. A educação é, sem dúvida, o alicerce para uma vida próspera”, finaliza.

Por: Juliane Rell

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