

Árvores estão localizadas na Trilha Sentieiro das Araucárias. Os dados serão utilizados para estudos ambientais e para informações turísticas
Ipumirim iniciou um trabalho de importante relevância para o patrimônio ambiental da região: Um estudo avançado sobre a idade e as ações sofridas pelas araucárias ao longo da sua existência. A proposta surgiu após a criação de uma trilha ecológica que além de diversão, proporciona grandes descobertas ambientais e turísticas para Ipumirim.
A trilha inicia aos fundos do Núcleo Municipal João Canton, propriedade particular dos familiares de Valdir Bonissoni, já falecido. A idealização da trilha partiu do diretor da escola, Vanderon Cerutti, e da diretora pedagógica, Verenice Ludescher. Foi solicitado um projeto para a AMAUC que desenvolveu o percurso.
O trajeto tem 1Km de extensão e envolve diversos atrativos, incluindo quatro árvores da espécie araucária, uma delas, com 3,85 metros de circunferência. A trilha já foi explorada por 127 alunos do 5º ano dos três municípios, durante o Seminário Clima, Solo e Água, que aconteceu em Ipumirim no ano passado. No entanto, a trilha ainda não está aberta para o público.
O Engenheiro Agrônomo da prefeitura de Ipumirim, Gilmar da Rosa, explica que foi desse passeio monitorado com os alunos, que surgiu a ideia de buscar dados técnicos mais apurados sobre as araucárias. Através da Secretaria de Agricultura, foram contatados a professora, doutora e pesquisadora Cláudia Fontana, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) de Piracicaba/SP, e o Dr. Lídio López, pesquisador do Instituto Argentino de Nivología, Gaciologia y Ciencias Ambientales (IANIGLA), que vieram até Ipumirim na semana passada, para observação das plantas e coleta dos dados.
A pesquisadora Claudia estuda dendrocronologia, que é uma pesquisa avançada sobre a idade das plantas. Já o pesquisador Lídio, pesquisa a glaciologia do planeta e o efeito de congelamento. Esse estudo se baseia principalmente no comportamento das plantas relacionadas a essa mudança climática. Todo o trabalho dos pesquisadores foi acompanhado por Gilmar da Rosa, junto com o técnico da prefeitura, Dimorvan Comelli e o secretário de Agricultura Ezequiel Canton.
Pesquisa apontará idade e histórico das plantas
Através de uma pequena incisão da casca até a medula da planta, são retiradas informações que serão analisadas pelos pesquisadores. Eles utilizam uma técnica internacional de extração onde a partir do estudo dos anéis, a pesquisadora Claudia afirma que é possível analisar a idade da planta, altura, os danos sofridos ao longo da vida e a qualidade das safras. Em relação a pesquisa feita por Lídio, traz um aporte sobre o clima dos últimos séculos e a previsão do comportamento das plantas com o efeito estufa, em especial das araucárias, motivo no qual o fez vir para o Brasil, para estudar a planta.
Benefícios resultantes para Ipumirim
De acordo com Gilmar da Rosa, essa pesquisa não só trará informações técnicas para o município, mas também, é uma possibilidade de Ipumirim fazer parte de um artigo cientifico internacional. “Nós teremos dados científicos da datação das árvores que estão na trilha, para que mais tarde, quando for aberta ao público, poder apresentar aos alunos e visitantes informações sobre educação ambiental e dados históricos. A possibilidade das nossas Araucárias fazerem parte de um artigo científico é gratificante e a partir disso, buscar novas possibilidades para o estudo de outras plantas” destaca.
Disponibilidade da trilha e conscientização
Mesmo não liberada para visitação, a Trilha Sentieiro das Araucárias é uma realidade, além do percurso que contempla árvores diferenciadas, o local possui uma cachoeira, também particular, mas que infelizmente tem sido explorada por pessoas que acabaram cometendo atos inapropriados, espalhando lixo e depredando as placas de identificação. “Nós queremos incluir o município de Ipumirim em oportunidades turísticas, para nosso povo e também para receber visitantes. Mas para isso, precisamos também da conscientização das pessoas.” completa o engenheiro.
Por: Juliane Rell/OJ
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